29 junho, 2011

Dança pra mim.

Seu sorriso não me encanta mais, nem o frio que eu costumava esperar.
O vento na janela, a cortina balançando e você na cama me chamando.
Não faz parte do meu show cantar poesias baratas pra você.
Não me encanta seu olhar amedrontado de tentar.
Nem a minha vontade gritante de chorar ou segurar o choro.
O que me encanta agora é o escuro, o tremor da batida e a língua na língua.
Me encanta quando a sua língua dança com a minha, mas já disse isso.
Por isso não prossigo, por que não me encanta frases repetidas, mesmo as que vem de mim, dos papéis que guardo com tanto carinho esperando um dia poder ler sem nenhum medo de chorar ou o caralho a quatro que for.
Não me encanta os Filhos de uma puta me chamar para dançar quando a música acaba.
O que me encanta é aquela pilastra, em que a gente se abraçava durante a batida delirante de Nirvana.
Mais porra nenhuma me agrada, a não ser a vontade grande que um certo alguém não tem de me agradar.

R- Ufa !
C- Gostou ?
R- Foi a mesma coisa.
C- Por que?
R- Por que é sempre a mesma coisa, e não gosto de doses repetidas.
C- Quer misturar?
R- Já misturamos de mais.
C- Você não cansa de mim não é?
R- De você não, da falta que você me faz.
C- Então eu te encanto?
R- De fato.
C- Isso é bom.
R- Volta?
C- Não, você não gosta de repetições.

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